MIJAM POR NÓS E SABEMOS QUE NOM CHOVE
Nós, a geraçom que, por vez primeira em muito tempo, teremos menos direitos e possibilidades de futuro do que os nossos pais e mais; aqueles que investimos muito tempo e quartos das nossas famílias em nos formarmos; aqueles que medramos acarom da TV e prometêrom-nos um mundo de fantasia onde todas e todos haviamos de ser ricos; aqueles que pensávamos que viviamos em democracia, estamos fartas e fartos de que mijem por nós, estamos...
* fartas e fartos de que os bancos e grandes empresas, responsáveis da crise, salvados com quartos públicos de todos nós, agora repartam dividendos multimilionários entre os accionistas.
* fartas e fartos de que se recortem os quartos para serviços públicos básicos, como a Sanidade ou a Educaçom, com a escusa da crise quando o défice público foi gerado para salvar o grande capital.
* fartas e fartos de que desde a mídia se culpe sempre da crise às pessoas e grupos sociais mais fracos: nem a migraçom, nem as aposentadorias, nem outras ajudas sociais, nem o gasto em serviços públicos básicos, nem o funcionarado, som responsáveis da crise.
* fartas e fartos dum sistema económico que mantém a 1.500 milhons de pessoas na extrema miséria, que mata diariamente 50.000 pessoas por causas relacionadas com a fame, que escraviza adultos e a crianças, para que 1% da populaçom acapare 40 % da riqueza mundial.
* fartas e fartos de que o produtivismo conduza a trabalhadores e trabalhadoras à miséria e escravitude e o planeta ao colapso ambiental.
* fartas e fatos da ruptura entre as forças políticas e as aspiraçons da gente.
* fartas e fartos de ser tidas em conta só como consumidoras e nom como pessoas.
* fartas e fatos de termos que emigrar da Galiza por obriga, para termos trabalho, e fartas de trabalhos precários no nosso país, onde 20% das pessoas estám no limite da pobreza.
* fartas e fartos de que o nosso pais nom poda desenvolver os sectores produtivos básicos por estar sujeito a umha legislaçom estatal e europeia que condena a Galiza a ser fonte de mao de obra e de produçom de energia.
Nom acreditamos no engano de que as reformas sociais que beneficiam os poderes financeiros som inevitáveis; nom acreditamos o que nos vendem de que "vivemos no melhor dos mundos possíveis". Acreditamos que há alternativa, se nós a fazemos realidade, que há outra maneira de gerir a economia, pondo-a ao serviço da gente.
Queremos um outro mundo…
* onde o direito à alimentaçom, à saúde, à vivenda e à educaçom sejam inalienáveis.
* onde o trabalho seja organizado para o bem comum e a felicidade, e nom para a acumulaçom de riquezas dos menos e a exploraçom dos mais.
* onde se garanta a soberania alimentar dos povos do mundo.
* onde haja democracia directa e participativa, umha cultura cívica que possibilite que todas e todos podamos participar e devamos implicar-nos em todos os assuntos que nos atinjam.
* onde as finanças estejam controladas e ao serviço da gente e do planeta.
* onde os povos do mundo se relacionem em igualdade.
Um mundo onde as prioridades sejam as pessoas: o igualitarismo, a fraternidade, a nom explotaçom – nem de género, nem de classe, nem de uns povos sobre outros –, a liberdade, o respeito aos limites ecológicos do planeta. Numha palavra: a FELICIDADE.
Por isso, a mocidade que lançamos este manifesto fazemos umha chamada à mocidade galega e a toda a sociedade para construirmos desde a Galiza a alternativa a este mundo tolo, movimento em que participemos gente moça, movimentos sociais e organizaçons sob a bandeira comum da luita contra o capitalismo e por umha ordem social justa. Para isso, convidamos-vos a participar numha assembleia aberta, com lugar e data por decidir entre toda a gente que nos unamos.
Une-te, para que deixem de mijar por nós.
Unindo-nos transformaremos a Galiza e o mundo!
Na Galiza, maio de 2011.